Reunião do CPC: IFRS 18 e reforma tributária
Comentário Técnico: Equipe Técnica do CRCCE |
Equipe Técnica do CRCCE |
Reunião do CPC: IFRS 18 e reforma tributária A recente reunião do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) marca um momento estratégico para a evolução da contabilidade brasileira. No centro do debate esteve a IFRS 18 – Demonstrações Financeiras Primárias, norma internacional emitida pelo International Accounting Standards Board (IASB), cuja adoção no Brasil está prevista para ocorrer por meio de novo pronunciamento técnico ainda em 2025. A IFRS 18 representa uma mudança relevante na estrutura e apresentação das demonstrações contábeis. Seu foco está na melhoria da comparabilidade e da transparência, especialmente no que se refere à demonstração do resultado e à divulgação de informações por categorias operacionais. Com essa norma, a intenção é tornar as demonstrações financeiras mais compreensíveis e úteis para os investidores, analistas e demais usuários, inclusive aqueles que não possuem formação técnica contábil. Na prática, a nova norma exigirá das empresas uma maior consistência na apresentação dos resultados, além de maior detalhamento nas notas explicativas. Isso facilitará a análise e comparação entre companhias de diferentes setores e jurisdições. Além disso, reforça a responsabilidade das companhias na divulgação clara de seus desempenhos operacionais, com base em critérios mais objetivos e harmonizados internacionalmente. Outro ponto importante debatido foi a criação de um Grupo Técnico específico para avaliar os impactos contábeis da reforma tributária brasileira, especialmente com a futura adoção dos tributos CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Essa iniciativa demonstra que o CPC está atento à necessidade de antecipação e preparação técnica diante de um cenário fiscal que deve gerar profundas alterações nas operações e no reporte contábil das empresas. Essas ações revelam uma profissão contábil proativa e alinhada às transformações regulatórias e econômicas. Não se trata apenas de aplicar normas, mas de garantir que a contabilidade continue exercendo seu papel central na construção da confiança nos mercados. Nesse sentido, a IFRS 18 chega como uma oportunidade de elevar ainda mais a qualidade da informação contábil no Brasil, aproximando-a dos padrões globais e fortalecendo sua utilidade para a tomada de decisão. A participação da comunidade contábil brasileira na audiência pública sobre o novo pronunciamento técnico será fundamental. O envolvimento de profissionais, acadêmicos, empresas e reguladores permitirá que a norma seja adaptada com responsabilidade às particularidades do ambiente econômico nacional, sem perder a sintonia com as diretrizes internacionais. Por fim, o fortalecimento da contabilidade brasileira depende não apenas de boas normas, mas também de profissionais preparados para compreendê-las, interpretá-las e aplicá-las corretamente. Capacitação contínua, pensamento crítico e atuação ética são elementos indispensáveis para garantir que a contabilidade continue sendo uma ferramenta estratégica para a governança, a transparência e o desenvolvimento sustentável das organizações. |
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